Intervenções

O decreto «+ Habitação» está globalmente concebido enquanto instrumento de favorecimento da especulação imobiliária e financeira

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

Desde que o Governo apresentou esta proposta batizada de “Mais Habitação”, o PCP manifestou a sua frontal discordância face às opções políticas desastrosas e aos interesses que veio (mais uma vez) privilegiar. Mas as nossas razões para essa discordância – e para o voto contra do PCP – face a esta proposta do Governo não são as mesmas razões que levaram ao veto do Presidente da República.

Baixar os impostos para a maioria, que vive do seu trabalho. Acabar com as benesses que só servem a uma minoria privilegiada

Senhor Presidente, Senhoras e senhores deputados,

Tal como em Julho deste ano, o PCP não deixa de fazer este debate em torno do verdadeiro problema que o PSD, não só não resolve, como quer agravar: o problema da injustiça fiscal.

Dos impostos que são demasiado altos para a maioria, que vive do seu trabalho. Mas também das benesses que só servem uma minoria privilegiada. 

Sem alternativas e, para lá da retórica, o Chega é profundamente cúmplice com as opções de fundo do governo

Ao anunciar uma moção de censura com meses de antecedência, o proponente da moção é o primeiro a desvalorizá-la.

Na verdade, nem seria necessária uma crítica de esquerda a esta moção, porque a direita se encarrega disso.

A política do governo PS deve ser criticada e censurada, sim.

A crise da habitação é um dos maiores dramas que o país enfrenta

Senhor Primeiro-Ministro.

A crise da habitação é um dos maiores dramas que o país enfrenta. Soubemos a semana passada de um novo aumento da taxa de juro do BCE, o décimo aumento desde julho do ano passado. Esta é uma política que arruína a vida de quem vê a prestação da casa a aumentar sem fim à vista.

Vai o Governo continuar a empurrar os trabalhadores e os reformados para o empobrecimento ou vai aumentar salários e pensões para garantir uma vida digna?

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro,

Crescem as desigualdades e as injustiças, aumenta a exploração, avançam as privatizações, os serviços públicos degradam-se. 

Os sacrifícios dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, são os lucros dos grupos económicos.