É com profunda preocupação que constatamos o alinhamento da maioria
do PE no aumento de tensão internacional e no escamotear do profundo
carácter provocatório que rodeia a publicação das caricaturas, que a
perigosa evolução dos acontecimentos tem vindo a demonstrar.

Votámos favoravelmente este relatório por considerarmos positivo o seu conteúdo, embora saibamos que é apenas mais uma declaração de intenções do Parlamento Europeu contraditória com as políticas que vão sendo postas em prática e que estão, nalguns casos, a pôr em causa a igualdade de direitos e a a agravar as discriminações, como, por exemplo, no mercado de trabalho.

Como por diversas vezes alertámos, a realidade confirma que a aplicação da Estratégia de Lisboa apenas deu prioridade às liberalizações e à flexibilidade laboral, o que, aliado ao Pacto de Estabilidade, está a ter repercussões negativas na área social, afectando de um modo particular as mulheres.

Numa primeira análise dos Programas Nacionais de Acção sobre a
Estratégia de Lisboa é claro que a maioria dos países não deu atenção à
estratégia de inclusão social lançada em 2000, no Conselho Europeu de
Lisboa.