Intervenções

Sobre o terceiro pacote sobre mobilidade

Os senhores apresentam este pacote de mobilidade com uma aparente preocupação social.
Mas sejamos sérios. O pacote de mobilidade prossegue os objectivos de consolidação do mercado único, de acelerar o processo de privatização do que ainda persiste no controlo público, de comprometer ainda mais as capacidades de decisão soberana dos Estados na definição das suas políticas de transportes, beneficiar processos de concentração de capital ao mesmo tempo que aumentam a exploração dos trabalhadores.

Decisão da Comissão adoptada sobre o pacote de medidas do QFP pós-2020

O Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia assume como elementos estratégicos todas as orientações de aprofundamento da integração capitalista, responsável pelo desenvolvimento desigual, injusto e assimétrico entre os diferentes países na União Europeia e que tem acentuado a divergência de Portugal neste quadro.”

Relatório anual de 2016 relativo à protecção dos interesses financeiros da UE – Luta contra a fraude

O relatório em geral, observa que os resultados na luta contra a fraude são globalmente positivos, com uma redução do número total e valor de irregularidades fraudulentas e não fraudulentas relatadas em 2016, no entanto, os relatórios registam o importante número de irregularidades fraudulentas e não fraudulentas no desenvolvimento rural, na política de coesão e nas pescas.

Reservas em relação às vacinas e redução das taxas de vacinação na Europa

Em 2017, o sarampo provocou 35 mortes num conjunto de 50 países na região europeia, onde se registaram mais de 20 mil casos da doença.

Estima-se uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí a importância da imunidade de grupo.

Esta fica em causa quando uma parte significativa da população não é vacinada. Uma situação que afecta não apenas aqueles que escolheram não ser vacinados, mas também aqueles que não podem ser imunizados.

Aplicação das disposições do Tratado relativas aos Parlamentos Nacionais

O Tratado de Lisboa, para além de ter agravado a desigualdade nas relações de poder entre os Estados, fortalecendo os de maior dimensão, constituiu um ataque significativo ao poder dos Parlamentos Nacionais, uma vez que competências que eram suas foram usurpadas para a esfera da União Europeia.

Nos últimos anos - com o Tratado Orçamental, o Semestre Europeu e o pacote da Governação Económica - esta usurpação foi levada ainda mais longe, por exemplo no domínio orçamental mas não só, no que constitui um inquietante ataque à democracia, mesmo no plano meramente formal.

Sobre a aplicação da Diretiva 2011/99/UE relativa à decisão europeia de proteção

A resposta dos Estados tem ficado muito aquém da necessária na aplicação das medidas, justas, que a directiva consagra.
Aliás, não é por isso de estranhar que apenas 7 decisões europeias de protecção tenham sido identificadas, no contexto das cerca de 100 mil mulheres residentes na UE que se estima, poderiam estar ao abrigo desta directiva.

Sobre os progressos relativos aos Pactos Mundiais das Nações Unidas sobre Migrações Seguras, Ordenadas e Regulares e sobre Refugiados

Senhora Mogherini, desde 2014, terão morrido no Mediterrâneo à data de ontem, quinze mil novecentos e sete migrantes. São os números conhecidos, os reais serão certamente mais trágicos. Aos que conseguem superar os muros da “Europa Fortaleza” e chegar ao território da UE, espera-os as crescentes limitações ao direito de asilo e integração. Espera-os a perseguição, a violência, a discriminação. Espera-os as vergonhosas e inumanas condições dos centros de detenção, autênticos Campos de concentração dos dia de hoje.

Prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo

Com esta discussão, estamos mais uma vez confrontados com os compromissos dos grandes partidos com os centros de decisão do poder económico das multinacionais e da finança.
Apesar dos escândalos fiscais que revelam ao mundo todo o ecossistema que promove a opacidade e o anonimato, a União Europeia continua condicionada e cada proposta enfrenta resistência que trava medidas elementares e mitiga o seu alcance.

Produção biológica e rotulagem dos produtos biológicos

A produção biológica promove a biodiversidade, preserva os ecossistemas e defende a saúde dos consumidores. Tem a virtude de defender um modelo agrícola mais sustentável, baseado na pequena e media agricultura familiar, em oposição ao modelo do agronegócio assente na produção intensiva e altamente dependente de aditivos químicos de síntese e organismos geneticamente modificados (OGMs).

Estratégia europeia para a promoção das proteaginosas

Concordamos sobre a necessidade de diversificar as nossas culturas e quebrarmos as crónicas dependências da União Europeia relativamente às importações de soja.

Contudo, importa clarificar que esta dependência de soja que se traduz num aumento exponencial de importações decorre do modelo de produção animal que foi sendo construindo dentro da União Europeia. Um modelo de produção intensiva excessivamente depende de alimentos compostos onde a soja representa uma fonte proteica imbatível.