Intervenções

«Reforçar os serviços públicos e avançar na promoção dos direitos dos trabalhadores e do povo»

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhores membros do Governo,

Não é de falta de elogios que os trabalhadores se queixam nestes dias de pandemia. Elogios tem havido muitos e de todos os quadrantes. Só que são muitos milhares os trabalhadores que por estes dias ganham em elogios o que perdem em direitos.

Elogios vindos até daqueles que, a pretexto de ordens da troika, cortaram salários, suprimiram direitos, aumentaram jornadas de trabalho, mas que agora se apresentam como os mais firmes defensores dos direitos que liquidaram.

«Nem um direito a menos para quem trabalha. Os direitos não estão de quarentena, é preciso sim defendê-los e o PCP cá estará para isso»

Sr Presidente
Sras e SRs deputados

Já foi provado por A+B que, sempre que a coisa aperta, só uns são chamados a pagar a fatura. Foi assim antes e é o caminho que o Governo escolheu seguir.

Toda a situação do surto castigou bem mais quem menos tem, quem vive do seu trabalho e quem já estava em situação de vulnerabilidade e exclusão

Mal surgiram os primeiros casos do virus, a precariedade revelou o seu lado mais negro: quando as pessoas mais precisavam de estabilidade, de segurança e tranquilidade, para se protegerem a si e aos seus, foram simplesmente descartadas.

«Há lay-off a mais, trabalhadores e transportes a menos. Vai ou não o Governo agir e pôr cobro a esta situação?»

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
Senhores membros do Governo
Senhora Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Sistematicamente o PCP tem chamado a atenção para o problema do lay-off nas empresas de transportes públicos, em que as populações sofrem com a falta de transportes, enquanto os trabalhadores dos transportes estão em lay-off com os salários cortados.

Sistematicamente temos alertado para esta situação. Sistematicamente o Governo ignora os alertas e permite que se mantenha tudo na mesma.

«É urgente e necessário a adopção de um Plano Nacional de Combate à Precariedade como o PCP defende»

Obrigado Sr Presidente,
Senhoras e senhores Deputados,

Sra Ministra,

A precariedade laboral é a praga social que passou da exceção à regra nas últimas décadas, quer no sector público quer no privado.

É a incerteza no emprego e a incerteza na vida dos trabalhadores.

Mais de 1 milhão de trabalhadores em Portugal têm vínculos precários, mesmo ocupando postos permanentes e sendo precisos todos os dias nos locais de trabalho; recebem em média de salário menos 30% a 40% que um trabalhador com um vínculo efetivo.

A lição que se retira deste surto epidémico é a centralidade do trabalho na nossa sociedade

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Ministra,

Podemos retirar várias lições do surto epidémico que ainda enfrentamos. Uma delas é a centralidade do trabalho na nossa sociedade. Vimos como o trabalho é importante para as nossas vidas na garantia de serviços essenciais.

A valorização do trabalho e dos trabalhadores é condição para o desenvolvimento e para o progresso. Não há avanço civilizacional sem o reforço dos direitos e dos rendimentos dos trabalhadores.

Protecção, direitos e salários dos trabalhadores no actual contexto económico e social

Sr. Presidente,
Srs. Deputados,
Srs. Membros do Governo,

Mais 100.000 desempregados registados desde 1 de Março.

Uma média de 1.606 novas inscrições por dia por situação de desemprego no mês de Junho.

Em 8 dias do mês de Junho os despedimentos colectivos abrangiam já 617 trabalhadores – mais do que em todo o mês de Maio.

Mais de 800.000 trabalhadores em lay-off.

A Lauak teve 4 milhões de lucro - despediu mais de 250 trabalhadores.

A Preh acumulou 25 milhões de euros de lucro nos últimos 3 anos - despediu 500 trabalhadores com vínculos precários (trabalho temporário).

«As reivindicações dos enfermeiros são justas, convergem com as propostas do PCP e acolhem a nossa solidariedade»

Cumprimentar e saudar o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e por seu intermédio os mais de 8500 subscritores que assinaram a petição N.º 653/XIII/4.ª Solicitam: Medidas que corrijam as profundas injustiças e desigualdades relacionadas com a «não contagem de pontos» relativamente ao tempo de serviço anterior ao ajustamento salarial concretizado em 2011, 2012, 2013 e 2015.

O SEP não desistiu e o PCP também não!

As vossas reivindicações que são justas, convergem com as propostas do PCP e acolhem da nossa parte a maior solidariedade.