As questões energéticas e ambientais ganharam maior relevância na vida dos povos e nas relações internacionais.
Multiplicam-se esforços para legitimar uma mercantilização da natureza que procura isentar as responsabilidades do capitalismo na degradação do meio ambiente e sobre-exploração de recursos e se favorecem-se processos de natureza colonial, enquanto se alimentam conceitos como um capitalismo verde e se transferem custos para os povos do mundo. Vários movimentos políticos e sociais são levados a aceitar e defender essa “lavagem verde" do capitalismo e, ao fazê-lo, desviam a análise e a intervenção das causas de fundo que contribuem para a degradação ambiental que o mundo enfrenta.
A questão ambiental não será resolvida no contexto do sistema capitalista. A questão é fundamentalmente política e social, e não apenas tecnológica. Uma sociedade capitalista continuará a visar a concentração da riqueza e não apresentará soluções para os problemas da humanidade e da natureza.
Esta iniciativa constitui uma oportunidade para centrar a discussão e análise nas principais causas dos problemas ambientais, abordando aspectos gerais como a sobre- -exploração dos recursos naturais e energéticos, a exploração dos trabalhadores, a apropriação de terras, o controle de sectores estratégicos (como energia ou transportes) e a necessidade de recuperar o controle público daqueles sectores como forma de fazer cumprir as políticas públicas que podem, de facto, introduzir uma mudança na organização da sociedade e no uso de recursos com impactos ambientais efectivos.