A produtividade do trabalho tem vindo a aumentar sempre acima da evolução dos salários reais.
A consequência disto é a transferência de riqueza criada pelos trabalhadores para o capital.
E esse problema só pode ser resolvido aumentando os salários e garantindo uma distribuição mais justa da riqueza criada.
Essa é a questão de fundo.
Mas este debate sobre a competitividade centra-se apenas na comparação concorrencial com os Estados Unidos e a China.
O relatório Draghi é uma espécie de bíblia não confessada da Comissão Europeia. Nesse relatório, os trabalhadores são vistos apenas como peças de uma engrenagem de produção, os seus direitos e necessidades não são considerados e a competitividade é abordada dando prioridade à criação de empresas monopolistas pan-europeias, à concentração e centralização de capital, ao agravamento da exploração de quem trabalha.
O caminho do desenvolvimento e da justiça social é outro e tem de ter no centro das preocupações e prioridades políticas os trabalhadores, os seus direitos, os seus salários, as suas condições de vida e uma distribuição mais justa da riqueza criada pelo trabalho.