O inquérito pós-eleitoral feito pelo Parlamento Europeu mostrou que a principal preocupação dos povos é o custo de vida.
Este Parlamento deveria estar a discutir as soluções para esse problema mas nenhum outro grupo político aceitou fazer esse debate.
Nenhum outro grupo político quis discutir as opções para combater o aumento do custo de vida, as medidas de controlo e fixação de preços dos bens essenciais, medidas de combate aos preços especulativos que garantem lucros milionários dos grupos da distribuição, da energia e dos combustíveis, das telecomunicações ou da banca.
Deveríamos também estar a discutir as consequências das novas regras da governação económica. Em Portugal, o governo acabou de apresentar uma proposta de Orçamento do Estado que mostra bem os impactos dessas novas regras, que mostra os condicionamentos e restrições orçamentais, as limitações nos serviços públicos e nas funções sociais do estado, as restrições ao investimento, tudo isso em contraste com as políticas de privilégio aos grupos económicos e às multinacionais.
Também esse debate foi travado porque para grande parte deste parlamento, verdadeiramente, as condições de vida dos povos pouco interessam.