Internacional

«Imprevistos»

Cogitando sobre as presidenciais norte-americanas, Luís Delgado traça cinco premissas para a conclusão de que Bush «tem um percurso fácil» para a reeleição. Quatro são de questionável verdade.

PCP no Chile

Representante do PCP : Francisco Lopes, membro da Comissão Política e do Secretariado do CC
Avante Edição N.º 1572, 15-01-2004

«Opinião»

«Nunca acreditei na ligação entre Saddam Hussein e Ussama ben Laden, a Al-Qaeda e o terrorismo islâmico. (...) Mas o que aconteceu no Iraque tem sido algo como uma profecia que se cumpre por si mesma. Embora não existisse uma ligação terrorista ao Iraque antes da guerra, agora existe. Por causa do caos e da presença dos EUA como potência ocupante, há um efeito magnético que atrai ao Iraque as pessoas que nos odeiam para darem um tiro nos americanos. Mesmo assim, isso não faz do Iraque a «frente central». Não estamos a dar atenção às causas que estão na raíz do problema noutros lugares (...).

O atentado em Nassyria e o envio do contingente da GNR

O devastador atentado ocorrido em Nassyria vem confirmar que no Iraque não há zonas seguras e vêm pôr em evidência que, por condenável teimosia do Governo, os nossos compatriotas integrantes do contingente da GNR vão ser expostos a riscos consideráveis e muito preocupantes numa missão que, como ontem o PCP sublinhou em comunicado, «não corresponde a nenhum interesse nacional, de defesa da paz na região ou de garantia de devolução da soberania ao povo iraquiano».

Encontro de partidos de esquerda em Paris

A convite do Partido Comunista Francês reuniram-se em Paris cerca de duas dezenas de partidos comunistas e outros partidos de esquerda da Europa, em que o PCP esteve representado por Albano Nunes, do Secretariado do Comité Central e responsável pelas relações internacionais e por Pedro Guerreiro, do CC do PCP e do secretariado político do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/ Esquerda Ve

«Preemptive (2)»

A questão da guerra preventiva perpassou na política americana ao longo de todo o período da Guerra Fria, invocada essencialmente pela extrema-direita anticomunista

«Preemptive (1)»

Um interessantíssimo artigo de Arthur Shlesinger Jr. sobre a guerra do Iraque (NYRB, 23/X: Eyeless in Iraq) chamou-me a atenção para um pormenor de especial significado sobre a nova «doutrina Bush» e que os tropeços das línguas e tradução faz passar despercebido.

De forma breve, o novo conceito de defesa de Washington institui o recurso a guerra preventiva, de que o primeiro exemplo foi o Iraque. Sucede, porém, que a expressão utilizada a 1 de Junho em West Point por George W. Bush nem sequer é preventive war mas sim preemptive war - assinalável diferença.

«Petróleo»

O conflito que se desenvolve em Moscovo pode ter significados e implicações mais profundas do que ajustes de contas na actual classe dirigente russa.

O facto de a prisão de Mikhail Khodorkovsky ter desencadeado a crise levou a qualificá-la como mais um episódio do esforço de Vladimir Putin para se desembaraçar dos oligarcas da época Ieltsin, e a figura de Khodorkovsky autoriza a interpretação.

«Afinal...»

Um interessante livro recentemente publicado nos EUA, Gold, Dollars & Power _ The Politics of International Monetary Relations 1958-1971, de Francis J. Gavin (uma análise da política monetária internacional da guerra fria) recorda inevitavelmente um outro trabalho de 98, Cold War Culture _ Media and the Arts, 1945-1990, de Richard Schwartz.

Nos dois casos os autores tiveram acesso a documentação entretanto desclassificada e há abundantes revelações.

«Guerra e paz»

A decisão do Conselho de Segurança sobre o Iraque é um documento contraditório, dificilmente susceptível de leituras simplistas estilo José Manuel Fernandes falando em «vitória dos EUA» ou Durão Barroso dizendo que já há legitimidade para enviar a GNR para Bagdad (então antes não havia?....)

Washington conseguiu obter apoio para as suas dificuldades por parte de governos muito críticos, mas é incontornável perguntar porque é que os americanos vêm agora implorar a legitimação e apoio da ONU que imperialmente recusaram quando unilateralmente desencadearam a agressão.