Internacional

«As bombas de urânio da NATO continuam a matar em Bratunac»

As bombas de urânio da NATO continuam a matar em Bratunac. A cada três dias morre uma pessoa. Já não há espaço nos cemitérios. A vítima mais recente tem 20 anos de idade. A aldeia está vazia, o cemitério cheio. Em breve já não haverá espaço para os mortos. Entre as famílias de refugiados que se mudaram de Hadzici para Bratunac dificilmente haverá alguma que não esteja coberta de luto.

«Conceitos básicos»

Fala-se hoje muito do urânio, das suas utilizações militares e das consequências para a população civil ou militar a ele exposta. No entanto o nível dos conhecimentos gerais sobre o comportamento no núcleo atómico, o fenómeno da radioactividade e respectivos riscos ou benefícios, é muito baixo originando, nuns casos, receios infundados e noutros, que a natureza dos perigos reais passem despercebidos.

«Armas de urânio, a ponta do icebergue»

O rol de declarações contraditórias, de desmentidos formais e de mentiras descaradas dos últimos dias revela até que ponto os responsáveis políticos e militares dos países membros da NATO estão desorientados com a polémica gerada em torno das armas com urânio empobrecido (depleted uranim, DU). Numa altura em que já não restam dúvidas estarmos perante a ponta de um iceberg de dimensões e consequências incalculáveis, é de temer que uma cortina de silêncio caia sobre o assunto.

«Poupem-nos!»

Já não nos lembramos se foi "a notícia do dia" mas temos a certeza que saiu em tudo onde podia sair. As televisões, não fosse alguém duvidar, mostraram mesmo o "fac-símile" da carta de Guterres a "pedir explicações" à NATO sobre o uso de plutónio, onde até se conseguia ver escrito pelo punho do Primeiro-Ministro um "Dear Mr. Secretary General". É claro que, nas circunstâncias difíceis que neste caso enfrenta, na NATO o lado para onde se dorme melhor é aquele onde estiverem cartas destas, fingidamente inquietas, preocupadas, firmes e exigentes.

«A síndroma e a sua causa»

Há uma técnica usada pelos responsáveis da OTAN para enganar a opinião pública na questão do urânio empobrecido (UE), que se impõe desmascarar. Ainda agora foi usada por Javier Solana, o ex-secretário-geral da OTAN responsável pelas guerras nos Balcãs.

«A estranha doença dos soldados búlgaros no Kosovo»

O texto que a seguir se reproduz, contando a estranha doença que afecta soldados búlgaros que prestaram serviço no Kosovo, chegou-nos via internet. A história vale por si e as fontes (*) podem ser confirmadas. Estamos perante um drama que responsáveis militares e políticos de países da NATO insistem em negar. E no entanto ele existe. As vítimas conhecidas são Danail Danailov, Emil Ivanov e Alexander Vassilev.

«Uma evidente cegueira»

Diz o povo e com comprovada razão que mais cego é aquele que não quer ver do que aquele que não o pode fazer. Se outros exemplos não houvesse bastaria dar conta desta obstinada cegueira com que os principais responsáveis políticos e militares têm seguido a questão das consequências e efeitos do urânio empobrecido sobre a saúde resultantes dos bombardeamentos da Nato à Jugoslávia para dar razão a tal afirmação.

«Síndroma dos Balcãs»

Os problemas de fundo da Jugoslávia e dos Balcãs não se resolviam e não se resolveram com uma guerra de agressão a um país soberano e independente. Na feliz expressão de François Mitterrand, não se resolve um conflito acrescentando-lhe mais guerra. O certo é que os EUA em véspera de imporem o novo conceito estratégico da NATO empurraram os seus aliados para uma aventura cujo objectivo anunciado não tinha a ver com o pretendido.

«Efeitos colaterais?»

Primeiro foi a "Síndrome do Golfo", agora é a "Síndrome dos Balcãs". As semelhanças entre os dois fenómenos são por demais evidentes: as vítimas estiveram todos num teatro de guerra onde foram abundantemente utilizadas armas com urânio empobrecido, apresentam problemas de saúde com sintomas idênticos, e os casos mortais devem-se às mesmas deficiências e/ou insuficiências.

«Uma monstruosa mentira a esconder a incúria»

A utilização de armas radioactivas no Iraque, Bósnia e Jugoslávia é um crime contra a humanidade, mas os países da NATO não assumem a responsabilidade.