Não concordando frequentemente com os seus pontos de vista, julgo de toda a justiça citar a feliz expressão que nestas páginas ontem deixou Paulo de Almeida Sande: «(...) A falta de senso do ataque ao Iraque e a razão de ser da necessidade de voltar a este tema, as vezes que for preciso. (...)»
Voltar ao tema as vezes que for preciso, apontando a necessidade urgente de uma solução.
De resolver o mais perigoso e incontrolável impasse da vida da Humanidade desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Falujja, Najaf, Kut, Kerbala, um itinerário de sangue depois de Bagdad.
É preciso dizer todas as vezes que for preciso que a situação do Médio Oriente é hoje incomparavelmente mais difícil e complexa do que era antes da invasão de há um ano.
Todas as soluções tropeçam a cada dia que passa em mais centenas de corpos, nas cidades sunitas, nas cidades xiitas ou em cidades bem longe do Iraque.
Tentar resolver a situação na base de mais do mesmo, de mais bombardeamentos, mais soldados da «coligação», mais incompetência dos vice-reis americanos, mais desorientação dos generais, mais trapalhadas e mentiras da Administração Bush e seus amigos, é caminhar do desastre para o desastre.
É preciso política. É preciso voltar a este tema as vezes que for preciso. E é preciso até à paz.