Começa a ser difícil encontrar palavras para definir a situação no Iraque.
Tal como é ainda maior a dificuldade para se caracterizar a acção e o discurso da Administração Bush.
Explicar os casos de tortura divulgados na passada semana como situações de «falta de liderança» ou de «preparação deficiente» dos militares norte-americanos, que não saberiam «como lidar com prisioneiros», é pura e simplesmente uma náusea.
Pretender que é necessário que um general explique a uns recrutas que não se devem utilizar prisioneiros de guerra para simular actos sexuais com vista a fotografias de recordação é um retrato de inépcia e hipocrisia dignas de atrasados mentais.
Claro que se fica entretanto a saber que a guarda das prisões onde jazem os soldados iraquianos é assegurada por mercenários pagos pelo Pentágono, gerando a espantosa situação de um deles ter violado um jovem iraquiano e não poder ser julgado - com a justificação de que não é militar!
Condignamente com tudo isto, o inqualificável Bush Jr. vem dizer que a vida dos iraquianos está muito melhor, entre outras razões, porque têm electricidade mais barata.
E promete que vai levar o trabalho até ao fim.
Ao fim de quê?