Internacional
Manifesto 15 de Março, por José Saramago
15 Março 2003
Eles pensavam que nos havíamos cansado de protestar, que os tínhamos deixado à solta para prosseguirem na sua alucinada corrida para a guerra. Equivocaram-se. Nós, estes que hoje nos estamos manifestando, aqui e em todo o mundo, somos como aquela pequena mosca que volta obstinadamente uma vez e outra a cravar o aguilhão nas partes sensíveis da besta. Somos, em palavras populares, claras e precisas para que melhor se entendam, a mosca cojonera do poder.
Cimeira da Guerra nos Açores - Mais um chocante acto de subserviência
14 Março 2003
A realização, em território nacional, no próximo domingo, de uma Cimeira visando concertar o desencadeamento da guerra «preventiva» e unilateral dos EUA contra o Iraque, reunindo Bush e as suas principais marionetes europeias, constitui mais um chocante testemunho da subserviência e seguidismo do Governo português e do seu envolvimento político na preparação da agressão ao Iraque.
Paz sim, guerra não!
7 Março 2003
[Extratos]
(...)Paz sim, guerra não!
As questões da paz e da guerra atingem nestes tempos uma dimensão que pode vir a ser trágica.
Bush tem vindo a deixar cair todas as máscaras.
Agora a questão já não se trata do desarmamento do Iraque mas sim de correr com o regime iraquiano, ocupar o Iraque e instalar no seu lugar um dirigente fiel e maleável.
Os Equívocos da Guerra!»
23 Fevereiro 2003
Às manifestações contra a guerra que há oito dias mobilizaram milhões em todo o mundo seguiram-se vários equívocos que importa registar.
Durão Barroso, por exemplo, “atirou-se” aos manifestantes porque estão a apoiar Saddam Hussein e o seu regime. Provas supremas para esta tese? Pois, a deslocação de euro deputados e sindicalistas portugueses a Bagdad, umas quantas bandeiras iraquianas que apareceram na “manif”, e ainda – sacrilégio supremo – a ausência de críticas ao ditador iraquiano.
«Democracia»
23 Fevereiro 2003
1. Os organizadores da manifestação pela paz debateram quem seriam os oradores desse dia 15. Surgiram pontos de vista diferentes, discutiu-se, concluiu-se, chegou-se a acordo. A democracia funcionou.
2. A manifestação foi promovida por um vasto leque de organizações e personalidades. Cada uma com a sua identidade própria, as suas especificidades próprias, os seus símbolos próprios. Cada pessoa, individual ou colectivamente, foi à manifestação da forma que entendeu. A democracia funcionou.
«A manifestação»
16 Fevereiro 2003
O prof. Freitas do Amaral não foi à manifestação pela paz. O PS do dr. Ferro Rodrigues também não.
O prof. Freitas do Amaral entendeu que a manifestação fora partidarizada. Em seu entender, tal sucedeu porque houve partidos que a apoiaram. Essencialmente, claro, o PCP.
O PS do dr. Ferro Rodrigues também não foi. As explicações são mais embrulhadas, mas, parece, queria evitar que a manifestação - fosse partidarizada!
Em resumo, não foram.
Percebe-se o prof. Freitas.
«A paz é essencial ao desenvolvimento»
14 Fevereiro 2003
Foi numa missão de luta pela defesa da paz, contra a guerra e o embargo, que integrámos a delegação ao Iraque com mais de trinta deputados do Parlamento Europeu, de onze países e quatro diferentes grupos políticos.
«A mão da morte e o ridículo doméstico...»
10 Fevereiro 2003
Os ponteiros da contagem decrescente, dos dias que faltam, cada vez ecoam com mais força nas nossas consciências : 21, 20, 19 ,18, ..
Colin Powell apresentou “ provas” ao Conselho de Segurança. Ninguém o levou a sério. Tudo está preparado e há muito decidido. As despesas já feitas com a deslocação de muitos milhares de homens e meios para a região não parecem comover-se com as manifestações. Mas vamos continuar. Dia 15 encontramo-nos no Largo de Camões.
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