Intervenção de Rui Fernandes, Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, Sessão Pública de apresentação das Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional

Intervenção de abertura

Intervenção de abertura

Com a sessão que hoje realizamos de apresentação pública das Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional do PCP damos um contributo, que não se esgota aqui, para o debate sobre as prioridades que, na nossa opinião, se devem colocar, para diminuir as vulnerabilidades nacionais e alavancar as potencialidades, visando tornar Portugal um País menos dependente, mais capaz de superar as adversidades e reencontrar o caminho do progresso social e económico, empenhando-se na Paz e na cooperação. 

Fazemo-lo tomando como base os princípios e valores consagrados na Constituição da República portuguesa, aspecto que importa sublinhar porque marca uma coerente singularidade do PCP face às restantes forças políticas e ao Governo.

Como temos dito e aqui se repete, não é a Constituição que impede o caminho de um Portugal desenvolvido, de progresso, de mais justiça social. Ao contrário, têm sido opções políticas que a ignoram e a têm subvertido, as causadoras do estado em que nos encontramos. 

Não é a Constituição que obriga a um permanente posicionamento seguidista face às alianças onde nos integramos, mas opções de sucessivos governos. 

Não é a Constituição que obriga à alienação de sectores básicos estratégicos da economia retirando ao País capacidades e instrumentos para opções soberanas.

Não é a Constituição que obriga todo um percurso que tem vindo a ser percorrido de enfraquecimento dos serviços públicos, tornando-os cada vez mais capturado por interesses espúrios. 

Para o PCP, Portugal tem interesses próprios a defender enquanto Estado soberano e independente, interesses que deve prosseguir, defender e preservar.

Exercer Soberania é antes de mais um acto de vontade e só depois de capacidade. Quando a vontade não está presente não há capacidade que se consiga materializar. É, pois, necessária uma outra política onde a vontade de afirmação soberana de Portugal seja a matriz para a resposta necessária a um Portugal com futuro. 

Uma política que estabeleça como prioridade para as Forças Armadas o cumprimento da sua missão constitucional, contrariando o crescente envolvimento de Portugal missões externas.

Uma política sustentada nos valores e princípios constitucionais nos valores de Abril que amplie o regime democrático consagrado na Constituição e fortaleça as suas raízes na sociedade portuguesa.

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