Acompanhamos preocupações expressas sobre as supressões de direitos fundamentais e liberdades do povo afegão, que se fazem sentir particularmente sobre as mulheres.
A resolução não deixa, contudo, de estar imbuída de uma profunda hipocrisia, ao ignorar os elementos históricos que levam à situação presente, e da qual as potências europeias não podem demitir-se de responsabilidades, cúmplices da política dos Estados Unidos de agressão e ocupação daquele país ao longo de mais de 40 anos, inclusive recorrendo aos Taliban para derrubar o poder legitimamente instituído, na sua política de confrontação com a URSS.
Preocupa-nos a instrumentalização de novos conceitos, que se procuram lançar e promover como crimes contra a humanidade, que poderão ter uma utilização aplicada em função dos interesses dos EUA e da UE e distanciada do respeito pelo Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas. Como a instrumentalização da condição do povo afegão, para alentar as políticas de ingerência e interferência que aqui, como noutras partes do globo, promovem.