“Instrumentalização da cultura e resistência” foi o mote para uma conversa ao final da tarde, na feira do livro que decorre no centro de Trabalho da Boavista.
Ouvindo testemunhos e reflexões de homens e mulheres da cultura, João Oliveira não deixou de referir a importância de respeitar e salvaguardar a identidade cultural de cada país e de todas as línguas nacionais, preocupação que traduz no Parlamento Europeu na defesa da cultura e da língua portuguesas, nomeadamente não abdicando do uso do português como língua oficial e de trabalho em todas as instituições da UE, mas também através da defesa e promoção da diversidade cultural e do intercâmbio cultural entre os povos, e rejeição da hegemonização, da colonização e da mercantilização da cultura.
O deputado do PCP no Parlamento Europeu, destacou igualmente a Cultura como indissociável dos Valores de Abril e da nossa Constituição que aponta à democratização e promoção do acesso à cultura e ao conhecimento por via de políticas que assegurem o direito à fruição e produção cultural.
Nesse sentido, destacou a necessidade de reforço de meios dirigidos à preservação do património cultural, material e imaterial, a defesa dos interesses dos agentes que participam nos processos de criação e divulgação culturais, a rejeição dos processos de concentração capitalista e dos mecanismos, como a directiva dos direitos de autor no mercado único digital da UE, que visam a uniformização cultural, o impedimento da livre partilha de conteúdos, a exploração pelas grandes multinacionais dos direitos de autor, a limitação da justa remuneração dos criadores e a censura digital.