Posições Políticas

Sobre o recrudescimento de boatos provocatórios com o aproximar do Acto Eleitoral do 25 de Abril

Nos últimos dias, com o aproximar do dia 25, tem-se verificado um recrudescimento de boatos provocatórios, com o objectivo de espalhar a confusão e o receio e assim vir a criar condições propicias para perturbar o clima de tranquilidade e confiança em que deverá decorrer o próximo acto eleitoral.

Manifesto de Apoio às medidas de nacionalização

O Partido Comunista Português manifestou o seu completo apoio às medidas de nacionalização, de Reforma Agrária e de preços adoptados pelo Governo Provisório na sua reunião de 15 de Abril de 1975, medidas que se integram nas históricas decisões do Conselho da Revolução no sentido de «reconstruir a economia por uma via de transição para o socialismo».

O Partido Comunista Português sublinha que estas medidas vêm ao encontro das mais profundas aspirações e dos objectivos das massas populares, pelos quais o PCP sempre se tem batido.

Sobre a situação política decorrente da derrota da tentativa de golpe militar contra-revolucionário

1. O Comité Central do Partido Comunista Português, reunido no dia 19 de Março, examinou atentamente a situação política decorrente da tentativa de golpe militar contra-revolucionário de 11 de Março e da sua derrota.

Considerou que da derrota da tentativa reaccionária saíram reforçados o MFA e as forças democráticas e progressistas e se abrem novas e favoráveis perspectivas para o prosseguimento do processo revolucionário.

Sobre os acontecimentos do 11 de Março

1. Tal como afirmámos no nosso comunicado de anteontem, no dia 11 de Março a reacção sofreu uma grande derrota na tentativa de subverter, através duma criminosa acção armada, o regime democrático instaurado em 25 de Abril. Mais uma vez as forças interessadas em repor no poder o fascismo derrotado jogaram forte e perderam. Muitos dos conspiradores foram presos, os seus objectivos postos a nu.

Sobre a tentativa de golpe do 11 de Março

1. Uma vez mais, no dia 11 de Março de 1975, a reacção tentou um golpe, conseguindo desta vez lançar um ataque de forças armadas aéreas e terrestres contra uma grande unidade militar, o Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1, além de outras acções militares de menor envergadura.

A tentativa de golpe falhou graças à pronta e decisiva acção do Movimento das Forças Armadas e à gigantesca mobilização popular que, em poucas horas, de norte a sul do País paralisou quaisquer iniciativas fascistas e deu poderoso apoio às Forças Armadas.

Sobre a escalada de violência e anarquia

1. Assiste-se actualmente em todo o País a uma escalada de violência e anarquia inspirada e estimulada pela reacção para servir os seus objectivos de combate ao processo democrático.

O PCP reprova uma vez mais a agudização deliberada de certos conflitos políticos, a crescente acção desorganizadora da vida económica, os assaltos e ocupações, inclusive de sindicatos, e os constantes e cada vez mais graves atentados à ordem e aos princípios democráticos.

Sobre a Apresentação de Candidatos à Assembleia Constituinte

1. O Comité Central do Partido Comunista Português, em reunião ampliada realizada no dia 2 de Março, examinou as questões relativas às próximas eleições para a Assembleia Constituinte.

Depois de quase meio século de ditadura fascista, a realização das eleições para a Assembleia Constituinte é um acontecimento histórico. Ela marca o início de uma nova etapa no difícil caminho da consolidação das liberdades e da instauração dum regime democrático escolhido pelo próprio povo.

Sobre a participação do PCP nas eleições para a Assembleia Constituinte

O Comité Central do Partido Comunista Português reuniu, em sessão plenária e ampliada, no dia 2 de Março de 1975, no Centro de Trabalho da Comissão de Freguesia de Alhandra.

Os 70 participantes na reunião representavam as organizações do Partido de todos os distritos do continente e das ilhas adjacentes.

Sobre a decisão de criar a União da Juventude Comunista

Considerando a crescente luta da juventude trabalhadora em defesa das suas reivindicações e aspirações especificas e a sua participação activa e destacada no processo democrático em curso;

Considerando a ampla adesão da juventude trabalhadora aos ideais do socialismo e do comunismo e a sua entusiástica participação nas iniciativas e actividades de massas do Partido Comunista Português;

Sobre a presente campanha anticomunista

1. Está a viver-se actualmente um recrudescimento externo do anticomunismo. Não se trata apenas do tradicional anticomunismo da reacção fascista e seus aliados, cuja propaganda desde sempre pintou os comunistas como inimigos da pátria, da família e até do próprio homem. Trata-se de uma modalidade de anticomunismo em que aparecem envolvidos, coincidindo com a pior reacção, sectores que se afirmam liberais e democráticos, que deformam a política do PCP, caluniam sobre os seus objectivos, mentem acerca da sua actividade.