No debate ocorrido durante esta manhã na Assembleia da República, o Ministro da Educação, David Justino, respondeu de forma evasiva à questão formulada pela deputada Luísa Mesquita, do Grupo Parlamentar do PCP, sobre a situação do ensino do português no estrangeiro, não confirmando nem desmentindo os rumores que circulam nas comunidades portuguesas da passagem desta área do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Adensa-se, por isso, as preocupações relativamente ao futuro. O Programa do Governo confirma esta preocupação. Limitando-se, numa meia dúzia de linhas, a declarar boas intenções mas sem anunciar uma única medida para inverter a actual situação nem apontar soluções numa perspectiva de expansão e qualificação do ensino da língua e cultura portuguesas.
Será que o Governo confunde "coordenação" com a fórmula de marketing do "dois em um"? O Governo opta, provavelmente, pela solução mais económica, remetendo o ensino do português no estrangeiro para o Instituto Camões. Opta, sem duvida, pela pior solução no que diz respeito à aplicação do princípio Constitucional: "assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa" .
O PCP considera que apostar no ensino da língua e da cultura portuguesas nas comunidades lusas não é uma despesa, é um investimento necessário para o presente e para o futuro de Portugal e consequentemente da nossa diáspora.