A importância do movimento associativo popular para a vida das populações e dos locais é conhecida por todos nós, porém é importante neste nosso encontro falar da função indispensável do mesmo para o acesso à cultura de milhares de jovens do nosso País.
A falta de instituições de ensino artístico e os preços elevados praticados pelas mesmas, a ausência e ou redução da carga horária das disciplinas artísticas no ensino obrigatório leva a que seja no movimento associativo popular o contacto predominante dos jovens com a prática artística.
É no movimento associativo popular que a um preço acessível que desde de criança é possível aprender a cantar, a tocar piano, violino, guitarra, bateria e mais tarde integrar as bandas filarmónicas, aumentando o leque de instrumentos musicais disponíveis. Ou então ter aulas de teatro, de ballet, de hip-hop e por aí fora.
À falta de salas de espetáculo, galerias e espaços de ensaio públicos disponíveis é muitas vezes o movimento associativo popular que abre as suas portas e garante a quem quer experimentar e mostrar a sua produção cultural. Este abrir portas, para os jovens que iniciam a sua carreira artística, é uma nova golfada de ar necessária a quem quer viver da sua criação artística.
Este abrir portas a vários espectáculos culturais garante também o acesso à fruição cultural para muitos jovens. Assistir a concertos, peças de teatro, exposições de pintura ou fotografia e por aí fora a preços acessíveis nos locias onde vivem.
Muitos são os entraves que o Movimento Associativo enfrenta, nomeadamente as faltas de apoios que se traduzem quer na dificuldade dos jovens se juntarem e criarem associações, como na dificuldade de os mesmos conseguirem manter estas mesmas associações. Junta-se ainda a degradação dos edifícios e dos materiais que têm disponiveis conjuntamente com os problemas próprios que a juventude enfrenta como a sobrecarga horária na escola mais a carga de trabalho fora das aulas exigida aos estudantes, a desregulação dos horários, os baixos salários e a instabilidade no local de trabalho, colocam entraves ao desenvolvimento do trabalho das associações e a participação democrática da juventude nas mesmas.
Se é no movimento associativo popular que muitos jovens têm o seu primeiro e principal contacto com a cultura e considerando que esta é um factor de identidade é pois também o movimento associativo popular, um mecanismo de combate às indústrias culturais, à colonização cultural e de valorização da cultura local e nacional. Também na luta contra a elitização e a mercantilização da cultura o movimento associativo popular têm o seu papel essencial no acesso à aprendizagem artística e à fruição cultural.
Pela importância que as associações populares têm na vida cultural da juventude, cabe também a esta contribuir e impulsionar a luta para que se garanta os apoios necessários ao movimento associativo popular e a luta pelo direito a termos tempo para viver e também NAS várias dimensões que o movimento associativo nos oferece.
Viva a JCP!
Viva o PCP!