Em nome da Direcção Organização Regional de Portalegre saudamos todos os participantes no Congresso.
Na preparação do Congresso participaram 444 camaradas, em 50 reuniões e assembleias plenárias, elegendo 24 delegados. A proposta de Resolução Política mereceu aceitação unânime da nossa Organização tendo surgido 23 propostas de emenda.
Portalegre é um distrito isolado desertificado e despovoado, fruto das políticas de direita - desastrosas para o interior do País e para o Alentejo em particular. Desinvestimento, abandono, degradação dos serviços públicos, encerramento de empresas e destruição do tecido produtivo industrial, destruição da agricultura, liquidação do pequeno comércio, com reflexos directos no nível de desemprego, que atinge a taxa oficial de 14,5%.
Portalegre foi visto como o distrito industrial do Alentejo. Hoje os maiores empregadores são as mais de 120 IPSS (com quase 4 mil trabalhadores) a par das Autarquias com cerca de 3400 trabalhadores.
A destruição do sector agrícola, a pequena e média exploração e a agricultura familiar, contribuiu para a concentração da posse e o abandono da terra, dando milhões de euros aos grandes proprietários para não produzir.
O sector industrial da cortiça, ainda com algum peso no distrito vive momentos de forte agonia, ameaçando com o desemprego os trabalhadores que emprega.
No oposto a este cenário está a concentração industrial de Campo Maior (o Grupo Delta, Hutchison e outras) com mais de 2000 trabalhadores.
Sente-se esvaziamento e degradação da qualidade dos serviços públicos. Acentua-se a falta de protecção e apoio às populações cada vez mais envelhecidas e isoladas.
Mantém-se forte carência na rede de transportes e comunicações para as populações e para a vida económica da região.
Os comunistas lutam, reivindicam e fazem propostas para desenvolver as potencialidades do distrito e resolver problemas como: construção da Barragem do Pisão, conclusão do IC13, reposição e modernização da ferrovia; defesa dos serviços públicos; reposição das Freguesias; defesa dos direitos dos trabalhadores.
O Partido sofre as consequências das dificuldades sentidas pelos trabalhadores e o povo do distrito.
As dificuldades financeiras são uma constante, reduzimos funcionários, partem militantes à procura de condições de vida, acentua-se o envelhecimento.
Mas há potencialidades para o Partido crescer, promovendo o recrutamento na camada mais nova da população.
Os últimos 4 anos trouxeram 108 novos camaradas. Realizámos Sete Assembleias da Organização, responsabilizaram-se cerca de 20 novos militantes; promovemos 2 acções de formação ideológica.
Temos que melhorar:
- Recebimento da quotização e ligação aos militantes, ter mais camaradas na tarefa;
- Discussão e compreensão de que os cargos políticos assumidos por camaradas são tarefa do Partido, cumprir e fazer cumprir o dever estatutário correspondente assegurando que nenhum camarada fica beneficiado ou prejudicado;
- Reforço do contributo para fortalecer o Movimento Sindical Unitário.
Elevar o nível da militância e aumentar as receitas do Partido é crucial para o reforço do trabalho orgânico e da nossa intervenção.
As conclusões do nosso XX Congresso ajudarão a:
- Reforçar a ligação aos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho;
- Recrutar e responsabilizar novos camaradas;
- Dar mais atenção à formação política e ideológica e à difusão da imprensa do Partido;
- A intervenção no Poder Local.
Num quadro de enorme complexidade, o sonho está vivo, cabe a todos e a cada um de nós, concretizá-lo em acção, na comunhão da política patriótica e de esquerda e no indispensável reforço permanente do Partido.
Demos vida ao interior do nosso País!