Travar a política de exploração e empobrecimento, construir uma política patriótica e de esquerda
(moção de censura n.º 6/XII/3.ª)
Sr.ª Presidente,
Sr. Deputado Luís Menezes,
Por mais voltas que dê — e deu muitas! —, não consegue esconder que o Governo e a maioria que o suporta estão isolados, política e socialmente. Ao Governo não lhe resta qualquer legitimidade para continuar a governar. É um Governo derrotado pela corajosa luta dos portugueses e do povo português, e também nas eleições do passado domingo.
Os portugueses deixaram bem claro que não querem a perpetuação da política de empobrecimento. E é exatamente essa perspetiva que o Governo oferece aos portugueses: empobrecimento sem fim.
O Documento de Estratégia Orçamental, apresentado recentemente, não deixa quaisquer dúvidas: o Governo quer tornar definitivos os cortes nos salários, nas pensões, nas prestações sociais; o Governo quer continuar a impor o saque fiscal aos rendimentos dos trabalhadores; o Governo quer continuar o ataque às funções sociais do Estado, dificultando o acesso à saúde, à educação e à proteção social; mentiram descaradamente aos portugueses dizendo-lhes que o esbulho era temporário, mas afinal querem torná-lo definitivo.
Sr. Deputado, perante uma expressão tão clara da vontade dos portugueses — e lembro-lhe que o PSD e o CDS tiveram no passado domingo o pior resultado eleitoral de sempre —, pergunto-lhe: que apoio social e político pensam ter para insistirem teimosamente na continuação da política de exploração e de empobrecimento?
Sr. Deputado Luís Menezes, nas últimas semanas o seu partido falou de uma «saída limpa». Sr. Deputado, a única saída limpa é a demissão do Governo, a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas.