Em virtude do processo interno de luta e da necessária conjugação de interesses entre os diferentes sectores do capital na Rússia, esta procura adiar os futuros impactos da “obrigatória” liberalização de importantes sectores da sua economia, tendo em conta o processo da sua adesão à OMC. Este acordo permite à Rússia, de forma não totalmente clara, manter a soberania sobre a definição dos direitos de exportação actualmente aplicados à exportação de matérias-primas. O relatório afirma que este acordo não é suficiente e que é necessário ir mais longe. Percebe-se a ambição. A Rússia detém mais de 10% da produção mundial destas matérias-primas ou mais de 10% das exportações mundiais. A UE tem importantes interesses de importação, actuais ou potenciais. Um acordo vinculativo ou a garantia de um processo de liberalização mais acelerado poderia ser mais vantajoso para o grande capital da UE, que dessa forma veria reduzidos os custos de importação de produtos que em muitos casos são cruciais para a indústria de muitos países da UE.
Defendemos o direito inalienável da Rússia ou de qualquer outro país a exercer a soberania sobre os seus recursos, nomeadamente naturais, e a impor os direitos de exportação que entenda mais adequados aos interesses do país, independentemente das disposições da OMC.