Apoiámos o envio do projecto de acordo PNR com o Canadá para o Tribunal de Justiça, sobretudo como um expediente que permite adiar a aprovação e a entrada em vigor de medidas que, como temos vindo a denunciar, violam de forma grosseira os direitos liberdades e garantias dos cidadãos, tanto do Canadá como dos Estados-membros da UE. Recorde-se que um acordo PNR visa a transmissão de informação detida pelas companhias aéreas sobre os itinerários e dados pessoais de cada passageiro e cuja finalidade, utilização e conservação continuam envoltas em grande incerteza, situação que se adensa com os escândalos que denunciam o uso de espionagem em massa. A sua negociação e futura implementação configura ao mesmo tempo a retirada do poder soberano de cada país decidir se pretende ou não celebrar um tal acordo, assim como de poder bloquear ou pôr termo quando assim o entender. Os perigos do seu uso contra os direitos e interesses dos cidadãos são cada vez mais evidentes, sobretudo no quadro de uma grave crise do capitalismo sem fim à vista que afecta as principais potências mundiais e perante medidas para lhe fazer face que impõem a destruição permanente de direitos e conquistas sociais, de liberdades e direitos democráticos e a sua aceitação sem contestação pelos povos.