Não está em causa a necessidade de existência uma reserva para situações de crise. Mas sim o facto desta PAC ser ela mesma um permanente factor de crise.
A última reforma manteve escandalosas desigualdades na distribuição das verbas da PAC – entre países, produções e produtores.
Liberalização e orientação para o mercado é a palavra de ordem. Milhões de pequenos e médios agricultores sabem bem o significado destas palavras: preços que não compensam a produção, a ruína de milhões de explorações agrícolas, a concentração da produção, o aumento da dependência alimentar e o desequilíbrio das balanças agro-alimentares de vários países.
Competitividade é outra palavra de ordem. Mas alguns recebem o dobro ou o triplo dos pagamentos por hectar atribuídas a outros. Assim é fácil ser competitivo.
Em Portugal, muitos milhares de pequenos e médios agricultores lutam para sobreviver e para se manter na actividade, com preços à produção que não cobrem muitas vezes os custos de produção. Para estes, não são os parcos 500 euros, que receberão de pagamento único, que lhes vão acabar com crise.