O aumento do custo de vida é uma preocupação do povo português há já muito tempo. Há já de facto demasiado tempo que os preços aumentam, que os salários e as pensões não acompanham estes aumentos, o que significa que o aumento do custo de vida tem um impacto brutal na degradação das condições de vida e nas dificuldades acrescidas que as famílias vão tendo pela frente para poderem assegurar o seu bem estar, as suas necessidades básicas.
Em muitas circunstâncias, as famílias a terem que encontrar segundos e terceiros empregos para fazerem face ao aumento dos custos com a habitação, com a alimentação, com a energia, com os transportes, com tudo aquilo que são necessidades básicas para qualquer família.
Foi precisamente com a consideração da importância que estas questões têm e da importância que tem o impacto do aumento do custo de vida na vida das pessoas, das famílias que procurámos que o Parlamento Europeu, na próxima sessão plenária, fizesse um debate sobre o aumento do custo de vida e os seus impactos na vida dos trabalhadores e dos povos. Este debate não foi considerado.
Há quem entenda que o aumento do custo de vida não é uma preocupação prioritária e que devem ser outras, nomeadamente aqueles que entendem que a prioridade deve ser o reforço do militarismo e do caminho para a guerra e do desvio de recursos que deviam ser utilizados para fazer face ao aumento do custo de vida e que querem canalizar para a corrida aos armamentos. Ora, é precisamente porque essas não são as prioridades.
É precisamente porque a prioridade tem que ser a preocupação com as condições de vida dos povos que iremos continuar a insistir, não apenas para que se discuta o problema do aumento do custo de vida e do seu impacto na vida das pessoas, mas sobretudo, para que se discutam as soluções.
As soluções que têm que ser postas em prática para controlar e fixar preços de bens e serviços essenciais para fazer aumentar salários e pensões, para garantir a capacidade de resposta dos serviços públicos na saúde, na educação, na protecção social, para fazer face àquilo que são verdadeiramente necessidades prioritárias de garantir a melhoria das condições de vida de quem trabalha.