Salientando positivamente a rejeição pelo povo francês de Marine Le Pen e do seu projecto de extrema-direita e xenofobia, a eleição de Emmanuel Macron como Presidente de França representa o aprofundamento das políticas que são causa da actual crise económica e social em França e da manutenção dos factores que alimentam o crescimento da extrema-direita neste país.
Apresentando-se com um movimento que se anuncia como “novo”, Emmanuel Macron não representa qualquer “virar de página”, mas sim a intensificação do programa de exploração e de retrocesso social em França e de aprofundamento do rumo neoliberal, militarista e federalista da União Europeia segundo os interesses do grande capital francês e europeu que tem vindo a ser prosseguido, nomeadamente pelos Governos de Nicolas Sarkozy e François Hollande.
Recordando as condições de estado de excepção, de profunda frustração popular face às repetidas promessas de mudança em França e na União Europeia e de grande pressão e condicionamento político em que se realizaram as eleições presidenciais em França, o PCP considera que os seus resultados expressam o descontentamento e o protesto do povo francês face às políticas que a direita e a social-democracia têm levado a cabo em França e na União Europeia, penalizando os seus mais directos e tradicionais protagonistas, e ao contrário da campanha em curso, de modo algum autorizam a legitimação do processo de integração capitalista europeu.
O PCP expressa a sua solidariedade à luta dos trabalhadores e do povo francês em defesa dos seus direitos e soberania, na continuidade das suas melhores tradições de luta pela liberdade, o progresso social e a paz.