Esta resolução procede a uma avaliação do processo de adesão da Turquia à UE. Não deixando de classificar este documento, a par de outros similares relativos a outros países, como um instrumento de ingerência, de submissão dos países e de ataque à sua soberania, registamos o tom mais cuidadoso e subtil com que a matéria é abordada, demonstração da hipocrisia com que uns e outros são tratados em função da sua relevância geoestratégica e política.
Fica claro o impasse que existe quanto à real intenção de fazer aderir a Turquia, um jogo de contradições entre os interesses económicos que justificam este rumo, e os interesses geopolíticos que fariam cair o peso das grandes potências europeias, em particular da Alemanha.
A manutenção do PKK como uma organização terrorista, o alinhamento da Turquia com as políticas da NATO, são outros exemplos negativos da resolução.
A resolução aponta, porém, algumas linhas orientadoras para a necessidade da resolução do conflito em Chipre, que mantém parte do seu território ocupado por forças militares turcas, perspectiva que poderá contribuir para a necessária e esperada reunificação de Chipre.
Razões de solidariedade para com a causa e o povo cipriota não são alheias ao nosso voto de abstenção. Noutras circunstâncias votaríamos contra.