Na sequência da comunicação da Comissão Europeia, o Parlamento avança com orientações para uma estratégia de tecnologia dos transportes para futura mobilidade sustentável. Uma estratégia que promova a qualidade dos serviços, o conforto dos passageiros e a utilização da mobilidade sustentável, assente nos objectivos de redução do consumo de energia, do ruído, da poluição atmosférica, assim como na melhoria da saúde e da qualidade de vida e no reforço da segurança. Assim o afirma o relatório.
No entanto, são ignorados os ataques em curso ao serviço público de transportes, nas quais a UE tem responsabilidades flagrantes por via dos programas UE-FMI em curso em países como Portugal. Ataques que estão em manifesta contradição com alguns dos belos princípios enunciados no relatório e na própria comunicação da Comissão.
A abordagem baseada na “excelência”, subjacente ao Horizonte 2020, aqui expressa é susceptível de promover uma discriminação e concentração de fundos num conjunto limitado de projectos e países “de excelência”.
Aqui encontramos todos os voluntarismos e princípios mercantis, do utilizador-pagador ao poluidor-pagador, que na lógica de mercado vigente sempre atiram para cima dos consumidores finais a “internalização” exclusiva de custos de vária ordem.
Falta uma defesa clara dos transportes públicos e da importância da sua gestão e propriedade serem mantidas na esfera pública.