Sobre as migrações

A União Europeia está hoje confrontada com uma realidade vergonhosa na qual tem uma enorme quota-parte de responsabilidade. Não foi a União Europeia e a maioria deste Parlamento que há uns tempos tudo fizeram para que a Líbia fosse bombardeada? Diziam, então, que era para libertar o povo líbio. Não foram os mesmos que há uns tempos apoiavam entusiasticamente todos - independentemente de pertencerem ou não a organizações terroristas - que combatessem o regime de Assad, na Síria? Os sírios hoje dizem que só querem a paz; quem vivia na Líbia também. Ali, como em outros países africanos e do Médio Oriente, NATO e UE tudo fizeram para desestabilizar e poder saquear. As consequências são os milhões de refugiados que, tentando sobreviver, enfrentam a Europa-Fortaleza, com as portas cada vez mais controladas para garantir que ninguém entra. Agora, se a UE acolher o parco número de 120 mil refugiados, isso quer dizer que vai continuar a tentar resolver apenas o problema daqueles que conseguem sobreviver e não morrer afogados? Quando é que serão criadas rotas seguras e legais para os migrantes e refugiados poderem viajar, evitando assim, de uma vez por todas, que não sejam obrigados a arriscar a vida?

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