A diminuição das capacidades e do emprego da indústria siderúrgica europeia resulta, em parte, da quebra da procura. Em 2014, registou um decréscimo de 40 milhões de toneladas em relação a 2007. Mas esta diminuição resulta sobretudo de décadas de desinvestimento e de desmantelamento deste sector, como é exemplificativo o caso de Portugal, tendo implicado a dependência e a perda de conhecimentos industriais especializados, que se repercutem em sectores a jusante.
O relatório afirma a urgência de um incremento no desenvolvimento da indústria de metais de base – ferro, alumínio, cobre, etc. – e a necessidade de adaptá-la aos novos paradigmas tecnológico/ambiental, com vista à sua reafirmação a nível internacional.
São positivas algumas das recomendações deste relatório. Mas a abordagem feita é incompleta e inconsistente. Ademais, não acompanhamos considerações respeitando à exploração e propriedade, ou seja, à acumulação do capital por parte de grandes multinacionais que, no fim de contas, continuarão a apropriar-se dos recursos e da criação de riqueza deste sector.
Um novo impulso para a política industrial deverá prosseguir o caminho da modernização tecnológica, energética e ambiental, devendo para isso criar mais emprego e dotar-se dos instrumentos e dos meios necessários, o que não será possível sem o controlo público estratégico das indústrias de metais de base.