A situação do Sudão do Sul representa ainda um resquício do período colonial, onde a táctica, ainda actual, consistia em dividir para reinar.
A criação em 2011 do Sudão do Sul é indissociável da presença de importantes reservas petrolíferas. Só desta forma conseguimos perceber como nascem os conflitos fratricidas, travestidos de guerras religiosas. As armas não caem do céu. São fornecidas às fracções em guerra por interesses poderosos cuja origem não é difícil descortinar.
Provavelmente não é por acaso que a Glencore internacional, gigante das matérias primas, conhecida pelo seu desprezo pelos direitos humanos, domina a produção de petróleo. Esta empresa sediada na Suíça, está implicada numa sucessão de escândalos relacionados com fraude, evasão fiscal e tráfego de armas.
A solução para este conflito só pode residir no respeito pela soberania do povo do Sudão do Sul e do seu direito a dispor dos seus recursos. Implica por isso cessar de forma imediata todo o fornecimento de armas, sendo esta uma condição absolutamente necessária para qualquer processo de reconciliação minimamente consistente.