A situação na Líbia é catastrófica e revela a verdadeira natureza da política externa da UE e das potências ocidentais. Para estas, não há direitos humanos, não há democracia. Só existem os seus interesses económicos e geoestratégicos. Para as potências ocidentais, o critério de aferição usado para medir a democracia e os direitos humanos baseia na maior ou menor submissão aos seus interesses. Apesar do regime de Kadafi ter estado várias décadas no poder, só a partir do momento em que deixou de servir os interesses das grandes potências é que passou a ser um ditador a abater. Em nome de valores imorais, destruiu-se um país e desestabilizou-se toda uma região. É o dividir para reinar. Em nome destes interesses morreram e continuam a morrer milhares de inocentes. Dezenas de milhares ficaram com a sua vida destruída e vagueiam à sorte, à procura de assistência. O capitalismo não é o fim da história. Um dia, os povos tomarão os seus destinos entre mãos e saberão construir um outro sistema que acabe com a exploração e com a guerra.