Foi com profunda indignação que o PCP tomou conhecimento do rapto, sequestro e prisão nas cadeias turcas de Abdullah Ocalan, dirigente do PKK e do movimento de libertação nacional do povo Curdo da Turquia.
Trata-se de um inadmissível acto de pirataria que deve ser firmemente condenado como um atentado ao direito internacional e aos direitos humanos mais elementares.
A vida de Abdullah Ocalan corre perigo; há que exigir o respeito pela sua integridade física e a sua imediata libertação.
Quem deve ser julgado e condenado não é Ocalan e o movimento de libertação do povo curdo mas o regime turco que tem procurado sufocar pelo terror e a violência as legítimas aspirações nacionais deste povo mártir. O regime de Ankara não só nega aos 12 milhões de curdos que vivem em território turco os direitos mais elementares (incluindo o uso da própria língua) como tem praticado uma autêntica política de genocídio que se traduziu já em muitas dezenas de milhares de mortes e no bombardeamento de milhares de povoações onde é mais enraizada a resistência.
Quem deve ser julgado e condenado é um regime ditatorial que ilegaliza e persegue forças políticas que são solidárias com a causa do povo curdo, mantém a ocupação ilegal do norte de Chipre e, com a ajuda dos EUA e de Israel (com quem mantém um acordo de cooperação estratégica) tem sistematicamente violado a soberania do Iraque e da Síria para perseguir e assassinar os curdos turcos que aí se refugiam.
É tempo de os aliados da Turquia deixarem de fechar os olhos a esta realidade. A Turquia não pode continuar a violar o direito internacional e a provocar o genocídio de um povo que aspira à liberdade. É urgente que Ocalan e demais presos políticos curdos sejam libertados e se abra um processo visando a solução pacífica do problema nacional curdo na Turquia.