Intervenção de Joaquim Daniel, Coordenador da União dos Sindicatos de Braga, Debate-Desemprego,precariedade,pobreza-A face real da União Europeia

A situação social no Distrito de Braga

Caros, Caras,
Camaradas.

O distrito se Braga é caraterizado por um tecido produtivo com mais de 90% de Micro, Pequenas e Médias Empresas tendo sido afetado de forma devastadora por estas políticas de direita, aplicadas durante décadas por governos ora PS ora PSD com ou sem o CDS, e acentuadas por este governo PSD de Passos Coelho e CDS de Paulo Portas.
O crescimento anual da economia no distrito foi quase nulo, e durante o ano de 2012 a economia caiu 3,2% do PIB perspetivando-se uma quebra uma continua quebra para os anos seguintes.
O PIB per capita no distrito em 2011 era de 12,4 Mil Euros por ano na Zona do Vale do Cávado, e de 11,9 Mil Euros na Zona do Vale do Ave, inferior à média Nacional em 23% e 26% respetivamente.
O distrito de Braga em 2010 empregava 411 Mil pessoas tendo caído numa década 5% perdendo mais de 21 Mil postos de trabalho, os setores dos Têxteis, Vestuário e Calçado empregavam 28%, o setor do Comércio 16% e o setor da Construção Civil 15%.
O emprego precário no distrito é sinónimo de baixos salários atingindo de forma particular os jovens com mais de 58% do total de trabalhadores com vinculo precário.
No distrito a remunerações são inferiores em 20% à média do continente, registando ainda concelhos como o de Vizela e Fafe com médias de remuneração inferiores à média do distrito e os concelhos de Braga e Famalicão acima da média do distrito.
Os salários brutos são baixos e o salário real por trabalhador em Portugal baixou 3,9% em 2011 e 4,8% em 2012, com o aumento generalizado dos bens e serviços, colocando uma dificuldade acrescida para os trabalhadores e para o povo em geral, atirando milhares de trabalhadores para o limiar da pobreza.
Durante o ano de 2012 encerraram no distrito 807 Empresas, mais 222 que em 2011, e de janeiro até hoje entraram mais 316 processos de insolvência.
No distrito de Braga, segundo o IEFP, em Maio de 2013, o número de desempregados era 61.621, que se traduz em 9,25% do total de desempregados registados no Continente (666.445) e correspondente a 14,7% da população ativa.
O desemprego no distrito de Braga afeta mais as mulheres, estando 32.196 mulheres desempregadas, ou seja, 52,3% do total de desempregados registados.
Os desempregados de longa duração no distrito também já representam mais de metade do total de desempregados, estando nessa situação 30.873 desempregados.
Outro dado alarmante é o número de desempregados na faixa etária dos 35-54 anos atingindo já os 28.286, o que corresponde a 45,9% dos desempregados no distrito de Braga.
Os dados oficiais divulgados pelo IEFP são alarmantes, mas ainda fica por explicar o que é que o IEFP fez a 24.554 desempregados desde Dezembro de 2012. Em Dezembro de 2012 o distrito de Braga registava 66.007 desempregados, e se somarmos o total de desempregados inscritos no IEFP de Janeiro a Maio de 2013 são mais 22.969 inscritos, se retirarmos os trabalhadores colocados (2.801) chegamos ao número de 86.175 desempregados inscritos, quando o IEFP apresenta 61.621. Caso para perguntarmos o que é feito aos 24.554 desempregados inscritos.
Estas políticas de austeridades que destroem o emprego, empobrecem o País precisam ser substituídas por políticas de defesa da produção.
O aumentar o rendimento disponível é urgente, propondo-se um alívio fiscal através do IRS e um aumento dos salários, do salário mínimo nacional e das pensões.
Alargar a cobertura das prestações sociais, com relevo para as prestações de desemprego e para o abono de família e o cumprimento integral do acórdão do Tribunal Constitucional relativamente aos subsídios de desemprego e doença é uma afirmação que temos de fazer diariamente, contra estas políticas injustas, que penalizam quem já é vitima destas políticas, vitimas da doença e dos ataque deste governo ao SNS deixando de fora por opção a tributação das transações financeiras, que permitiria a uma taxa de 0,25% arrecadar mais de 2 Milhões de Euros.
Apostar na criação de mais e melhor emprego, revogando as normas gravosas da legislação laboral.
Dinamizar a negociação das convenções coletivas de trabalho e repor o seu alargamento a todos os trabalhadores da atividade respetiva, através das Portarias de Extensão.
Prevenir a perda de postos de trabalho intervindo, para além das medidas de dinamização da procura interna, sobre o IVA, através da sua redução para a restauração, a diminuição dos custos de contexto e a melhoria do financiamento às micro, pequenas e médias empresas.
Estas são apenas algumas propostas para resolver os problemas do distrito.

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