Pergunta ao Governo N.º 2390/XII/2

Situação da Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Situação da Santa Casa da Misericórdia de Trancoso

Os mais de 150 trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Trancoso têm os subsídios de férias e de natal de 2012 em atraso, bem como o pagamento dos salários é, de acordo com as informações transmitidas pelo Sr. Provedor, pago na terceira semana do mês seguinte a que se refere a remuneração. A situação é manifestamente insustentável para a generalidade dos trabalhadores e as suas famílias. A instituição vive um momento de grandes dificuldades económico-financeiras, decorrente de problemas de gestão, com um elevado passivo, que rondará os 10 milhões de euros. O Estado transfere para a Instituição verbas destinadas a apoiar as suas funções sociais.
Na reunião que uma delegação do PCP, da qual fazia parte uma Deputada do Grupo Parlamentar, o Sr. Provedor reconheceu as dificuldades da instituição, tendo-nos informado que a instituição recorreu a um PER-Processo Especial de Revitalização, estando convencido que vai conseguir reduzir os níveis de endividamento. Referiu-nos ainda que a situação financeira decorre, para além de um conjunto de investimentos que fizeram e que não foram bemsucedidos, do “incumprimento por parte do Estado” de acordos estabelecidos, mormente, no que à Rede de Cuidados Continuados diz respeito. Disse-nos, ainda, que em breve irá reunir com a Administração Regional de saúde do Centro no sentido de encontrar soluções para a valência hospitalar.
Assim, ao abrigo das disposições legais e regimentais em vigor, solicito ao Governo, através dos Ministros (Min. da Saúdel) a quem é dirigida a pergunta, que me preste os seguintes esclarecimentos:
1.Que avaliação tem o Governo da situação social na Santa Casa da Misericórdia de Trancoso?
Houve já alguma intervenção da ACT relativamente à situação dos trabalhadores? Que medidas estão previstas para a regularização das remunerações em atraso?
2.Solicitava uma informação sobre as transferências do OE efetuadas para a Instituição, quer regulares quer ocasionais, e os seus objetivos? Foi feita alguma transferência para atenuar os problemas do elevado passivo?
3. Que avaliação faz o Governo da situação económico-financeira da Instituição e do seu possível saneamento financeiro? Estão postas em causa algumas das suas atuais valências e funções sociais?
4. O Governo confirma as afirmações do Sr. Provedor que apontam para o não cumprimento por parte do Estado dos acordos estabelecidos no que à Rede de Cuidados Continuados diz respeito? Em caso afirmativo, quais foram as razões para o incumprimento por parte do Estado?
5. A construção da nova valência – hospital- foi financiada por fundos públicos, nomeadamente do Quadro de Referência Estratégica Nacional? Em caso afirmativo, quais os montantes recebidos?
6. O Governo confirma que a Santa Casa da Misericórdia teve ou irá ter uma reunião com a Administração Regional de Saúde do Centro no sentido de encontrar uma solução para o Hospital?
7. O Governo confirma as afirmações do Sr. Provedor que dão conta da existência de uma candidatura ao PER- Processo Especial de Revitalização? Em caso afirmativo, em que ponto está o processo?
8. Para além dos créditos devidos aos trabalhadores, há créditos à empresa construtora Manuel Rodrigues Gouveia. Quais são os valores de créditos devidos aos trabalhadores e à empresa?
Existem mais credores? Qual o valor devido a esses credores?

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