"Brutal campanha de propaganda" sobre "medidas limitadas que não atacam as questões fundamentais". Está é a apreciação de Paulo Raimundo às medidas de anunciadas por António Costa na Academia Socialista.
O Secretário-Geral do PCP contactou com populares e comerciantes na feira do Monte Abraão e entre palavras de reconhecimento e de estímulo a continuar a intervir em defesa de quem vive do seu trabalho, criticou os apoios decididos pelo Governo.
Nuns casos, por chegarem atrasados, como sucede com a gratuidade do passe sub-23, que o Partido há muito bem defendendo; noutros, por não fazerem face à realidade concreta, exemplo da devolução das propinas, que não resolve o problema de muitos jovens que prosseguem sem sequer iniciar a frequência universitária por impossibilidade de adiantar o dinheiro.
Outra matéria em destaque durante a manhã passada entre aqueles que contam os tostões, de um e do outro lado das bancas de feira, foi o acesso à habitação.
Das mãos dos militantes e amigos do PCP que acompanharam Paulo Raimundo, foi sendo distribuído um folheto que identifica os problemas, os responsáveis e aponta soluções. Por isso, o dirigente comunista insistiu em propostas próprias que "têm impacto imediato na vida das pessoas", como uma moratória ao pagamento de capital nos empréstimos à habitação em situações de carência, a fixação de um máximo de 0,43 por cento nos aumentos das rendas e do spread da CGD em 0,25 por cento, a taxação extraordinária dos 11 milhões de euros de lucro diário da banca.
"Vamos ver o que os outros vão fazer", sublinhou Paulo Raimundo, lembrando que, quando há meses o PCP apresentou estas mesmas propostas, PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal votaram contra. Parece que agora estão "muito preocupados com as pessoas que não conseguem manter a sua habitação. Veremos", concluiu.