O modelo encontrado pelo Eurogrupo, as chantagens de «bancarrota» anunciadas pelo BCE (e pela UE, em geral) constituiu um ataque sem precedentes aos depósitos bancários dos cipriotas. No passado mês de Março, os ministros do Eurogrupo decidiram encerrar o segundo maior banco do Chipre – o Laiki Bank – obrigando os titulares de depósitos, obrigações e acções acima dos 100 mil euros a sofrerem perdas que podem chegar aos 60 por cento, sendo que tal colocará em causa a existência de muitas PME cipriotas. Tentam-se justificar estas medidas acusando Chipre de ser uma «economia de casino», quando se ignoram destinos como a Madeira, o Luxemburgo ou a Holanda como preferenciais para a fuga de capitais. Concluímos que os depositantes nos bancos de Chipre têm um estatuto diferente dos depositantes britânicos e holandeses dos bancos islandeses O memorando de entendimento com medidas até 2018 a troco de um empréstimo de 10 mil milhões de euros, negociado entre o governo reaccionário cipriota e a troika – e que está ainda no segredo dos deuses – constituirá um verdadeiro «pacto de agressão» contra o povo do Chipre, cortando nos salários e pensões, destruindo serviços públicos, procedendo a privatizações e condicionando, obviamente, a utilização, propriedade e destino dos lucros das reservas de gás recentemente descobertas. Toda esta acção é cínica e inadmissível.