O combate à sinistralidade rodoviária deve, antes de mais, reconhecer as múltiplas causas deste fenómeno, o que implica uma actuação a vários níveis na promoção da segurança rodoviária.

Uma estratégia que tenha em vista a substancial redução do número de feridos deve assentar num amplo debate, envolvendo especialistas, populações e condutores.

Na actual conjuntura, a análise desta problemática não pode ignorar, entre outros factores, o impacto do estado de degradação de muitas vias e o estado de manutenção de alguns veículos.

Em Portugal, a instalação de portagens em várias auto-estradas (sem alternativas viárias de qualidade) levou ao crescimento acentuado do tráfego em vias com menores condições de segurança.

- A importação por alguns países de veículos pesados de passageiros que ultrapassaram já, nos seus países de origem, o tempo de vida útil – e em geral a degradação do serviço público de transportes;
- O aprofundamento da liberalização da actividade de inspecção de veículos – favorecendo o negócio em detrimento da função certificadora e piorando condições de trabalho dos técnicos;
- A insistência nas parcerias público-privado rodoviárias;

São factores, entre muitos outros, que devem também ser tidos em conta nesta discussão.