A crise não é separável do aprofundamento da UEM e do mercado único que teve profundas consequências na destruição dos aparelhos produtivos de países de economias mais frágeis, no acentuar e na criação de défices produtivos que geraram défices orçamentais e no crescimento das dívidas públicas. Ou seja, contrariamente à propaganda em torno do Euro e da UEM estes instrumentos não só não se revelaram «um escudo contra a crise» e uma arma para enfrentar a globalização capitalista, como revelam com grande clareza o seu objectivo verdadeiro, o seu carácter instrumental para fazer frente à crescente competição mundial entre monopólios capitalistas.
A destruição da soberania e independência dos países mostrou ser indissociável do processo de fusão do poder económico e político que acentuou as divergências e o aprofundamento de um desenvolvimento desigual que afecta particularmente países de economias periféricas. Este relatório pretende centralizar ainda mais esses poderes, defendendo inclusive que o supervisor europeu tenha a possibilidade de pôr fim às instituições financeiras, ou seja, de gerir o processo de monopolização do capital financeiro como bem entender. Necessitamos, sim, de um efectivo controlo por cada Estado do banco central nacional e da política monetária – incluindo o instrumento-moeda -, a favor do crescimento económico e do emprego, a favor dos trabalhadores.