Esta resolução é uma autêntica peça de propaganda de guerra, a versão que branqueia e apoia as forças nacionalistas, fascistas e neonazis que tomaram de assalto o poder em Kiev e que tentam impor pela força às regiões do leste do país a hegemonia do seu poder político e nacional, uma versão unilateral que corresponde aos interesses e aspirações dos EUA, da NATO e da UE na colonização económica e política da Ucrânia e à sua estratégia de cerco e confronto com a Rússia.
Procura-se passar por cima dos milhões de dólares que os EUA assumiram ter gasto na Ucrânia para construir um regime favorável aos seus interesses, das responsabilidades das grandes potências da UE e da NATO na brutal ingerência desencadeada após a recusa da assinatura do Acordo de Associação na Cimeira de Vilnius pelo presidente ucraniano que viria a ser deposto pela força, escamoteia-se o facto de a UE ter negociado entretanto esse acordo com forças fascistas e neonazis golpistas. Saúda-se o cessar-fogo mas essa posição é hipócrita, quando em simultâneo se valoriza a decisão da NATO de reforçar a "capacidade de a Ucrânia assegurar a sua própria segurança" e apoia o fornecimento à Ucrânia de "armamento, tecnologia e conhecimentos necessários" pelos Estados-membros.