Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Resolução sobre o Rumo a uma União Bancária

Não preocupa a maioria do PE que a supervisão do sector bancário passe das autoridades nacionais para o BCE, alienando mais uma parcela das soberanias nacionais. Nem preocupa que este sector fundamental para o financiamento das economias dos países deixe de estar sobre a alçada directa dos Estados e passe a ser o BCE a determinar directamente a sua intervenção.
O BCE não é mais do que uma instituição que - sem qualquer controlo político e democrático - tem cumprido o triplo papel de embaratecer o refinanciamento do grande capital, promovendo a dependência dos Estados do seu financiamento face aos grandes grupos económicos financeiros europeus e de promover a sobre-exploração dos trabalhadores por via da cobertura da perda de poder aquisitivo dos salários pelo crédito. Países como Portugal que não têm moeda e não podem intervir autonomamente na política monetária, deixam também de poder regular o sector financeiro. O que economias como a portuguesa necessitam para crescer é da nacionalização da banca comercial, colocando-a ao serviço da economia nacional. Portugal necessita de uma banca pública que financie o aumento da produção nacional e um programa da reindustrialização, instrumento fundamental para criar empregos com direitos, valorizar salários, diminuir a dependência externa do país, resolvendo assim os problemas do défice e da dívida pública.

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