A inexistência de uma resolução final aprovada pela maioria do PE com propostas próprias - alternativas ou não -, demonstra contradições face ao rumo a seguir neste momento de profunda crise da e na UE, mas não apaga a manutenção da convergência entre direita e social-democracia nas opções de fundo da UE. A aparente inacção esconde a opção por políticas que continuarão a agravar os problemas existentes, nomeadamente os elevadíssimos níveis de dívida pública dos países da periferia da UE, uma consequência da natureza assimétrica do processo de integração cujas medidas que estão a ser impostas a países como Portugal - supostamente para lhe fazer face - aumentam-nos, servindo simultaneamente como justificação para destruir direitos e conquistas fundamentais dos trabalhadores e dos povos, nomeadamente salários, segurança social pública e universal, saúde e educação públicas. A solução para estes problemas continua a ser a renegociação da dívida (com a sua reestruturação e redução substancial), a criação de um programa para os países intervencionados pela troika para os quais a permanência no euro se tenha tornado insuportável, o início de um processo de dissolução da UEM, a extinção do Pacto de Estabilidade, com a sua substituição por um pacto de progresso social e desenvolvimento sustentável.