É importante compreender os direitos de propriedade intelectual como uma questão que tem que ver, sobretudo, com os interesses dos autores e criadores, e não no interesse das empresas intermediárias que lucram com aquilo que consideram apenas como uma mercadoria, no quadro do mercado interno, que naturalmente favorece as maiores empresas e os países economicamente mais fortes.
Mas há uma questão que importa salientar neste plano de acção: pelo conhecimento e valor cultural que produzem, todos aqueles que produzem conhecimento e valor cultural e artístico devem ter acesso a um estatuto profissional que os dignifique, não ficando reféns da venda à peça do seu trabalho. É aos Estados que cabe assegurar essa dignificação - infelizmente tem acontecido exactamente o oposto. Por outro lado, todas as pessoas têm direito à fruição cultural e ao conhecimento e não deve recair sobre elas o essencial da remuneração de autores. Será mais justo, sim, que sejam os intermediários e plataformas que lucram com a propriedade intelectual a pagar estes direitos.