A produção leiteira reveste-se de uma importância fulcral nas regiões mais desfavorecidas. Logo, é fundamental que os preços mínimos cobram os custos de trabalho e da produção e se proteja a agricultura familiar e as explorações baseadas na terra.
A transferência dos direitos de produção sem terra e a baixa dos preços, aliada à falta de medidas concretas para as regiões com dificuldades específicas (encerramento de salas de ordenha colectiva, falta de apoios aos custos de transporte do leite em regiões de interior ou de montanha, etc), levou à concentração da produção e ao desaparecimento de milhares de agricultores, nomeadamente em Portugal.
Rejeitamos a proposta da Comissão de reduzir preços de intervenção de 28% nas próximas cinco campanhas. Não é aceitável a falta de medidas para combater a concentração da produção e a especulação do valor económico das quotas leiteiras nem que se não preveja a actualização da taxa de gordura, ajustando-a à média real.
Concordamos com a relatora nas suas propostas de aumento dos preços de intervenção face à proposta da Comissão, da compensação integral das reduções de preços através dos pagamentos directos e, sobretudo, com o subsídio suplementar de 5 euros por tonelada para as regiões desfavorecidas. Mas discordamos da eliminação dos preços indicativos.