Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Relatório anual sobre a execução da Política Externa e de Segurança Comum

A Política Externa e de Segurança Comum (PESC) e a acção externa da UE, que dela resulta, têm contribuído para o agravamento dos ataques à soberania, à integridade, independência e à vontade de povos de Estados soberanos, estimulando o conflito, a instabilidade e a guerra, em diversas regiões do mundo. Este é um instrumento da UE claramente direccionado para a ingerência nos assuntos internos de Estados soberanos, que rejeitamos e não reconhecemos. Perante a crise da UE, o declínio relativo do imperialismo norte-americano, a afirmação de potências emergentes como a China e a Índia, a UE e as suas potências sentem a necessidade de dar um salto no processo de integração, procurando afirmar a UE como actor global, defendendo-se entre outras coisas, o reforço da sua política externa. Uma política externa que se quer com uma voz única, que será a voz do eixo franco-alemão, que se sobreporá à voz dos demais Estados-Membros e aos seus interesses legítimos, no plano do relacionamento internacional. Este relatório reafirma a natureza militarista, securitária, xenófoba, racista e neocolonial da PESC, clama pelo seu reforço, e nomeadamente pelo seu reforço orçamental. A PESC é contrária aos interesses de Portugal, que deveria reger os seus relacionamentos internacionais de forma soberana, de acordo com a sua Constituição.

  • União Europeia
  • Declarações de Voto
  • Parlamento Europeu