Contendo aspectos com os quais concordamos, este relatório caracteriza-se, no essencial, por uma visão manipuladora e redutora dos direitos humanos - políticos, sociais, económicos e culturais -, utilizando-os como elemento de ingerência e pressão política sobre alguns Estados, onde se salvaguardam os países ditos "amigos" (pela omissão) e se criticam os "outros", sempre à medida dos interesses e conveniências da UE.
Omitem-se situações gritantes, que aqui recordamos: a agressão contra o povo Saharaui e a ocupação ilegal do Sahara Ocidental por Marrocos; a ocupação ilegal de parte do território de Chipre pela Turquia; a grave situação humanitária na faixa de Gaza a par da ocupação beligerante do território palestino por Israel. Todas com a cobertura da UE e EUA.
Em contraste com os princípios e objectivos que a resolução proclama como norteadores das políticas da UE, face à análise ali expressa, num evidente exercício de hipocrisia, estão as políticas impostas aos povos da Europa e do Mundo, pela UE e EUA, que contribuíram para o aumento das desigualdades, da pobreza, do desemprego e precariedade laboral, da exploração e da fome a par da retirada de direitos, liberdades e garantias.
Discordamos do apoio incondicional ao TPI.
Por estas e outras razões, votámos contra.