São muito mais gravosos os pontos negativos do relatório do que as ideias positivas para a reindustrialização da Europa que este extenso documento apresenta. É disso exemplo a já conhecida panaceia para todos os males da União Europeia - a santificada liberalização do mercado único para os mais diversos sectores: para as mercadorias, para a energia, as telecomunicações, os transportes, os produtos ecológicos e o capital de risco, a par com o alinhamento coma fracassada estratégia Europa 2020 e integrada no processo do Semestre Europeu e nos Programas Nacionais de Reformas.
São ainda colocadas de forma privilegiada o recurso a parcerias público privadas e a formação de "clusters de especialização inteligente" incluindo clusters transnacionais e regionais, num ambiente de mercado cada vez mais aberto e desregulado, ou seja, os mesmos ingredientes que conduziram Portugal e outros países ao fosso económico, que se tem traduzido numa política altamente gravosa para as micro, pequenas e médias empresas (MPME).
Defendemos uma política industrial que dê prioridade ao desenvolvimento da produção nacional, dos sectores estratégicos, definida por cada país, a dinamização da sua indústria, tendo em conta as necessidades de desenvolvimento específicas e valorizando e permitindo o desenvolvimento das MPME.