Olhemos aos anos mais recentes. A aprovação de Tratados nas costas dos cidadãos, fugindo ao seu escrutínio democrático; fugindo aos referendos ou afrontando e desrespeitando o seu resultado quando ele é inconveniente.
Quando nem assim se conseguem aprovar os Tratados, subvertem-se as próprias regras em vigor e aprovam-se tratados à margem do ordenamento jurídico vigente, como sucedeu com o Tratado Orçamental.
O tal que a Sr. Merkel justificou dizendo que precisamos de algo que nos garanta que mesmo que mudem os governos, não mudem as políticas.
Interfere-se directa e abertamente, de forma ilegítima, nas decisões soberanas dos povos; determinam-se governos, impõem-se políticas, submetem-se órgãos democraticamente eleitos como os parlamentos nacionais.
Não há disfarce possível para a natureza antidemocrática desta União Europeia.
O edifício é estruturalmente antidemocrático. Não há tinta que lhe procurem aplicar nas paredes que lhe mude essa natureza.
Este relatório contém aspectos da maior gravidade, inquietantes mesmo, pelo que denotam de uma escala antidemocrática e mistificadora quanto à natureza das eleições para o Parlamento Europeu.