O Parlamento Europeu aprovou mais uma resolução que insiste no prolongamento da guerra que tem lugar na Ucrânia há 11 anos. Uma resolução que, por isso mesmo, mereceu o nosso repúdio e voto contra.
Uma insistência na guerra, no incremento da escalada militarista e no exacerbar da propaganda belicista que espelha o posicionamento das potências europeias e das instâncias da UE, respaldada por forças que vão da social-democracia à direita mais reaccionária, e que servem os propósitos dos grupos económicos, particularmente do armamento.
A guerra não serve os interesses dos povos, desde logo o ucraniano, o russo, e os demais povos da Europa.
A resolução insiste, porém, num caminho de obstaculização de possibilidades de diálogo que eventualmente venham a abrir caminho a uma solução política para o conflito e à garantia da paz e da segurança colectiva na Europa.
O apelo ao compromisso dos Estados Membros e aliados da NATO com o aumento do fornecimento de armamentos à Ucrânia em 0,25% do PIB, além do que já dispendem, significaria para Portugal, a mobilização de pelo menos mais 712 milhões de euros para o complexo industrial militar, para a continuação da guerra, da morte e do sofrimento.
Verbas que fazem falta à melhoria dos salários e das pensões, para assegurar o direito à saúde, à educação, à segurança social e à habitação, para promover a melhoria das condições de vida do povo português, para investir no desenvolvimento do País.
É na resposta a estas necessidades dos trabalhadores e dos povos que se constrói a paz e a segurança, e não na promoção do militarismo, da corrida ao armamento e da guerra.
Uma paz justa e duradoura exige pôr termo à estratégia de instigação e prolongamento da guerra e ter em conta as causas do conflito.
Não se alcança a paz nem a segurança através da promoção da política de confrontação, da escalada das armas, da guerra, mas sim através da diplomacia, do diálogo e da resolução política de conflitos, da segurança colectiva, de acordos de desarmamento, e do respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final de Helsínquia.
É a paz e a cooperação que serve os interesses dos povos da Europa, não o militarismo e a guerra.
Apresentámos alterações em defesa da paz, contrariando a pulsão belicista da UE, que os votos dos deputados do PS, PSD, CDS, IL e CH contribuíram para rejeitar.
(sobre a resolução do Parlamento Europeu "sobre a continuação do apoio inabalável da UE à Ucrânia, após três anos de guerra de agressão por parte da Rússia")