A UE explora cada vez mais diferentes sectores de negócio, alienando aquilo que deveriam ser direitos das populações. A cultura não escapa a esta sanha predadora. Na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia está estabelecido que as “artes e a investigação científica são livres”. Este conceito ambíguo não encerra certamente o sentido de que todos devem ter a liberdade de criação cultural. Que todos devem ter a liberdade de fruição cultural. Este relatório defende que estes sectores são constituídos, sobretudo por PME’s, mas também por associações e instituições, equiparando-os como se estes prosseguissem os mesmos objectivos. Quem votou favoravelmente este relatório está de acordo que os projectos culturais sejam apoiados, sobretudo, tendo em conta a sua viabilidade económica e os impactos que produzem na economia; considera que a cultura é tão mais importante quanto tiver oportunidades em novos mercados, seja mais "competitiva" e com maior "espírito empresarial". O mais inacreditável é que o modelo de financiamento proposto para a área cultural segue o exemplo do novo Programa "Europa Criativa" - a concessão de crédito, portanto, o endividamento das entidades culturais. O acesso a fontes de financiamento privadas e a criação de sistemas de garantia de empréstimos é o que este relatório preconiza. A mercantilização da cultura no seu melhor.