A realidade confirma as consequências desastrosas da dita austeridade.

O desemprego atinge níveis históricos, como sucede em Portugal, e alastra indiferente à retórica do crescimento e do emprego servida à mesa dos senhores da União Europeia, nos seus jantares informais. Os mesmos jantares em que aplaudem as "virtuosas" políticas de empobrecimento generalizado, de exploração e de miséria que vão impondo por essa Europa fora.

Mas não são só os milhões de desempregados. São os milhões e milhões que, cada vez mais, empobrecem a trabalhar.

Esta é, em toda a sua crueza, a verdadeira face de um projecto que prometeu a harmonização no progresso, mas que prossegue friamente o nivelamento por baixo das condições de vida e de trabalho na Europa.

Isto não se resolve com palavras, nem com embustes, como a "austeridade inteligente" ou protocolos adicionais ao novo tratado orçamental, visando legitimar o que não pode ser legitimado.

Resolve-se com uma ruptura e uma modificação profunda das políticas. De forma a criar riqueza e não ricos; a promover o progresso e o bem-estar social e não o retrocesso civilizacional.

Este é o grito que ecoa nas lutas sociais que percorrem a Europa e que são uma semente do futuro a que, mais tarde ou mais cedo, abrirão caminho.